Não é teu olhar perdido no infinito
Nem o contraste em preto e branco
Não é teu jeito discreto de andar
Nem o mundo que esvazias sem notar
Não é tua pele, teu sexo
Não é a imagem que construo de você
Nem a essência que deixa ao passar por mim
Perturba-me são teus lábios cerrados
O medo envolto neste selo já umedecido
Brinca de desenhá-los com o dedo
Belisca-os em repreensão ao desejo
Mas jamais eles partem
Seja falta de aprendizado ou esquecimento
Teu sorriso não valeria ao menos um ensaio?
Ass: Danilo Mendonça Martinho