“Rei e Rainha” (21/04/2015)

O amor manda?
É absoluto em suas vontades?
Há espaços para questionamentos?
Existe alguma forma de fugir?
E se o amor for ditadura?

Sob seu estado embriagante
O prazer é lei marcial
Verdades caem como chuva
Sintonizados no mesmo canal
O que divide a linha do horizonte?

O aqui tem limites no corpo
A vida não tem uma única face
A plenitude não está no que é sempre
É o que segue mesmo sem ser
O amor reina junto da dor

Ass: Danilo Mendonça Martinho

“Sobre o que não passa II” (14/10/2014)

Sinto ser eu a lhe dizer, mas o tempo não vai esquecer a sua dor. A marca debaixo da pele é perfeitamente visível no espelho. Não há como apagar o que faz parte de quem você é. O sentimento tem intensidade, tem gosto e algumas vezes até mesmo forma, mas não tem cura. O tempo só pode te dar distância e por mais que possa ficar longe daquele momento não há como separar de si. Somos profundamente entrelaçados as nossas escolhas e somos, em maior ou menor quantidade, os seus resultados. A dor é um componente da alma humana que só podemos equilibrar. E aqui, antes que desista de ouvir as minhas palavras eu te aviso: há sim uma escolha. Você pode deixar a cicatriz te guiar por completo ou fazer dela apenas uma parte. A lembrança pode ser um tormento ou apenas um suspiro lamentando o que já não é mais. Saber que não há nada que te preencha por completo, não importa o tamanho do que sinta, a vida tem espaço para tudo. Sinto em te dizer que sempre terá essa dor, mas me apresso em te dizer que lhe cabe uma felicidade ainda maior.

Ass: Danilo Mendonça Martinho