Ass: Danilo Mendonça Martinho
Mês: junho 2013
“Um dia de Cão”
Ass: Danilo Mendonça Martinho
“Resenha”
Um coração que bate
A razão que se perde
Uma mente que se entrega
O âmago que contrai
Uma lágrima que cai
A falta que faz presença
Um todo que se torna sozinho
A certeza que não vai embora
Um corpo que parte
A saudade que se cria
Um abraço que volta
A alma que se conforta
Um sorriso que nos encontra
O olhar que não se distrai
Um vislumbre de felicidade
A esperança que não volta atrás
Uma verdade que se omite
Uma imagem que suspira
Um vazio que nos martirize
Até mesmo um silêncio que nos invada
O sentir sempre vale uma palavra
Mesmo que seja apenas amor.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
“Sobrevivência”
Faz tempo que não se respira
Nem mesmo o silêncio
O outono me parece sensato
Encolhido ao tronco de uma árvore
Que já não faz sombra, nem dá frutos
Sua solidão é completa, quase humana
A palavra eventualmente se desgasta
O gesto invariavelmente se repete
É entendiante essa vida sem vontade
Mas infinitamente segura
A ciência diz o que pode soar como crendice
Um ser humano sem companhia se desfaz
Parte mais cedo, atrasa todas suas realizações
Como se apenas o outro comprovasse a si
Pensar já não é sinônimo de existir
Ontem voltou a chover, devagarinho
Evaporou-se a poeira do horizonte
O frio ocupou as frestas das casas
E por trás das tulipas desmaiadas
O suspiro errante foi ouvido
Apesar de contra toda a natureza
O sozinho segue caminhando
Respirar talvez seja um vício
Ass: Danilo Mendonça Martinho