“A escolha pela distância” (16/05/2011)

A princípio me parece insensato. Onde o outro não está, não se ama. A saudade pode doer, a palavra pode faltar. É esconder-se atrás da rotina, é não lutar. É deixar sempre para depois o sentir. É proteger o outro protegendo a si, sem ter nenhum dos dois. É fuga, um esquivo, um subterfúgio. A distância não existe é uma coisa que se impõe. O humano sempre é capaz de se fazer inalcançável sem perceber que não viver dói ainda mais. Pra que olhar para o lado? Fingir, disfarçar. Só para manter o sorriso como se fosse isenta de culpa? Escolher a distância me parece simplesmente mesquinho.
Por outro lado a distância é onde o outro não está, onde a palavra se cala, onde pode se esconder, onde se desiste. É evitar o sentir, é proteger-se, é fugir, é impor limites, é não ser afetado, é tentar esquecer. A escolha pela distância pode ser a última alternativa, de quem ainda sente, para deixar de sofrer.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

13 comentários em ““A escolha pela distância” (16/05/2011)

  1. Ah doeu! Doeu…… me foi preciso entender quantas emoções ainda poderiam ser captadas por uma sílaba que usa chapéu, como se fossem ainda mais, duas sobrancelhas tristonhas repousadas sobre a ausência e a distância.Você sempre me explica, sempre acerta… Eu te compreendo.Grande abraço

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  2. De qualquer forma, eu escolhi a distância. Mas não me sinto mal por isso. Pelo contrário, se pudesse faria tudo outra vez. Parece estranho, mas apesar da distância, é só com ele que sou feliz.

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  3. A meu ver a distancia é exatamente isso…”Por outro lado a distância é onde o outro não está, onde a palavra se cala, onde pode se esconder, onde se desiste. É evitar o sentir, é proteger-se, é fugir, é impor limites, é não ser afetado, é tentar esquecer. A escolha pela distância pode ser a última alternativa, de quem ainda sente, para deixar de sofrer.”

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